Se o que nos consome fosse apenas fome...
Na última coluna falei sobre a fome de ler, que de nada adiantaria ter a faca e o queijo na mão quando não há gana de se alimentar. Mas e se a fome existe e nosso conhecimento “culinário” é limitado? Nos contentaremos com o feijão com arroz?
Portanto, se a intenção desta coluna é instigar, despertar a fome, nada melhor do que algumas receitas básicas da variada gastronomia literária. E daqui para a frente, podemos associar esta coluna com um variado livro de culinária. Um livro de receitas? Eu diria um livro de ingredientes. Pois, diferentemente da arte do forno e do fogão, a arte que desperta a fome de leitura não tem fórmulas prontas, cabe ao chef distribuir os ingredientes e deixar que o leitor/devorador se delicie e encontre seu caminho.
Assim, nossas próximas conversas girarão em torno de gêneros não muito canônicos, tentando uma aproximação do leitor com um livro, seja ele de qual estilo for. A intenção também é privilegiar textos que não estejam na mídia, ou no front dos mais vendidos. A ideia é abrir o leque de possibilidades e deixar que o sinestésico cheiro da comida quentinha invada os narizes literários de cada um.
E que cada um coma o que melhor lhe aprazer, pois o paladar literário é tão variado quanto aquele que constitui um dos nossos cinco sentidos primordiais. O importante é não deixar ninguém com fome.
Paulo Olmedo
E ai meu! Fique curioso com o que tu vais propor aqui. To no aguardo... abraços!
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